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Chá dos 3

quinta-feira, 17 de março de 2011

A história nossa de cada dia


Dias desses estava trabalhando quando apareceu na minha sala uma senhora cheia de papéis e sacolas. Ela tinha uma intimação nas mãos e um horário marcado em algum lugar que ela não sabia qual era.

Dei uma olhada e realmente não havia nenhuma especificação. Como saber onde era ,uma vez que a universidade é quase uma cidade?

Comecei a ligar para vários setores e com a ajuda da má vontade de alguns colegas não descobri coisa nenhuma.

Então comecei a conversar com aquela senhora e ouvir de verdade o que ela tinha para me dizer. Ela contou que a intimação era para seu filho que havia sofrido um acidente há 12 anos atrás. Ele ficou com seqüelas graves e usava cadeira de rodas. Mesmo assim a família se uniu, ele se esforçou, fez um curso superior e andava viajando para Brasília e São Paulo em busca de tratamentos de reabilitação. Numa dessas idas ao Hospital Sarah Kubitschek acabou se apaixonando, casando e ficando por lá mesmo. Com dificuldades financeiras, ele entrou na justiça pedindo auxílio com pelo menos uma cadeira de rodas.

Depois dessa história logo identifiquei o que ela procurava: o setor onde se fazem perícias para reabilitação.

Acompanhei aquela senhora até lá, ouvi o resto da história e fiquei pensando na sorte dela ter ido bater justamente na minha porta.


Outro dia estava parada próxima de uma escola e vi um carro super velho estacionando. O motorista sai do carro e do banco de trás salta um menino, bem grandinho até. O pai abraçou o filho, falou coisas bonitas, o abençoou e desejou que ele tivesse um bom dia. Os dois usavam roupas muito simples.

Ele ficou de longe, dentro do carro, acompanhando o menino com os olhos até ter certeza de que ele estava em segurança.

Especulo até que não se aproximou para não envergonhar o menino, pois em seguido foi embora passando bem na frente da entrada da escola.

E eu fiquei pensando na sorte que tinha de estar ali justo naquele momento.

São histórias de mães orgulhosas de seus filhos que venceram.

São histórias de pais orgulhosos por seus filhos que prometem vitórias.

São histórias de pessoas que inspiram por gestos espontâneos.

São histórias de pessoas que nem se percebem observadas mas que se destacam pela autenticidade.

São histórias de pessoas como eu, que tentam fazer de cada dia uma oportunidade única.

São histórias de pessoas como você, que espalham sua luz nas ações menores do cotidiano.

São histórias de pessoas como nós, que não estão nos livros, mas fazem a história de cada dia.



E sabe o que é legal nessa música??? É que eu vi esse vídeo aí de cima ao vivo!!!

Estrela, Estrela

Composição: Vitor Ramil

Estrela, estrela
Como ser assim?
Tão só, tão só
E nunca sofrer
Brilhar, brilhar
Quase sem querer
Deixar, deixar
Ser o que se vê...

No corpo nú
Da constelação
Estás, estás
Sobre uma das mãos
E vais e vens
Como um lampião
Ao vento frio
De um lugar qualquer...

É bom saber
Que és parte de mim
Assim como és
Parte das manhãs
Melhor, melhor
É poder gozar
Da paz, da paz
Que trazes aqui...

Eu canto, eu canto
Por poder te ver
No céu, no céu
Como um balão
Eu canto e sei
Que também me vês
E aqui, aqui
Com essa canção...

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